quarta-feira, 16 de setembro de 2009

um dia

Um dia todos fomos crianças. Crescemos e acho que fomos deixando pedaços de nós pelo caminho. Acho que acontece um bocadinho também com os sítios por onde vamos passando, largamos aqui e ali bocados de nós, nem que seja a marca dos nossos passos pelas ruas, o nosso cruzar pelos caminhos. E muitas vezes é muito díficil saber que talvez nunca ou não tão cedo voltemos a pisar por aqui e por ali. Vamos apanhando esses bocadinhos de vida ao longo do tempo. Lembro-me de ser pequena e esperar pela minha avó ao cimo de uma rua que ela subia muito devagarinho, com a minha cabeça a pensar num desenho animado qualquer que estaria para começar. A recompensa do sorriso que me dava quando chegava ao cimo daquela rua fazia-me esquecer os minutos que achava que tinha perdido. Hoje posso voltar àquela rua mas sei que não a vou encontrar por ali porque simplesmente é uma rua de deixou de subir, mas a promessa daquela memória faz-me muitas vezes querer voltar ali. É como aquele brinquedo em que nunca mais pegámos mas que sabemos ser nosso, mesmo dentro de alguma caixa bafienta. Queremos ser donos da nossa memória, às vezes esquecemos que os nossos olhos estão carregados dela. Sem olhares vazios. E mesmo que não voltemos lá.

sábado, 12 de setembro de 2009

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Domingos


Hoje nem sequer é já domingo... Olho ali para baixo e entre Abril e Setembro a vida passou num piscar de olhos e já lá vai o Verão. Como é que a vida às vezes cabe em tão pouco tempo? A rua onde moro agora é "feia que dói" como eu costumo dizer. Mas não há como acordar num domingo de manhã, olhar à nossa volta e saber que nada disto é como nós. E nada é como o East End... Caminhar até ao rio, sorrir à imagem dos primeiros ingleses já sentadinhos a levantar os copos brilhantes de pints douradas, ligar o ipod e saber que Everyday is like sunday Win yourself a cheap tray Share some greased tea with me Everyday is silent and grey...